Servidores do MP protestam por reajuste e criticam repasses para promotores e procuradores

Na última quinta-feira, 13, Servidores do Ministério Público de São Paulo protestaram, em frente à sede do órgão, contra os supersalários e penduricalhos para promotores e procuradores, e contra a estagnação salarial da categoria. O ato foi convocado pelo Sindicato dos Servidores do Ministério Público de São Paulo (Sindsemp-SP), filiado à Federação.
A manifestação se deu após o MPSP autorizar o pagamento de verba indenizatória a 1,9 mil promotores e procuradores de Justiça no Estado, referente ao período de janeiro de 2015 a novembro de 2024. Essa verba faz com que os salários dos membros do Ministério Público ultrapassem o teto constitucional de R$ 46 mil, podendo chegar a até R$ 100 mil. Segundo denúncia do Sindsemp-SP, em alguns casos, a verba total pode ultrapassar R$ 1 milhão.
Apesar disso, os Servidores sofrem com a defasagem salarial de 30%. Desde 2015 a categoria não conquista reajuste. Em comunicado, o Sindicato afirma: “Enquanto não há verba para os Servidores, os membros receberão o pagamento em pecúnia de 10 dias de auxílio-acervo, o que dá cerca de R$ 12 mil pra cada. O auxílio remunera promotores de Justiça por aquilo que eles já deveriam fazer mediante o bom salário que recebem. Os penduricalhos ultrapassam – e muito – o caráter de qualquer indenização com seus montantes vultosos”.
Manifestação
Utilizando narizes de palhaço, Servidores do Ministério Público protestaram contra os supersalários dos promotores e procuradores. O procurador-geral do MPSP, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, gravou mensagem à categoria, publicada no perfil do órgão via Instagram, dizendo que gostaria de dar um abraço “em cada promotora, promotor, procuradora, procurador, servidora, servidor, estagiário, estagiária”.
Para a presidente do Sindsemp-SP, Ticiane Natale, esta mensagem não foi bem recebida pela categoria. “Houve uma enxurrada de comentários negativos. Os Servidores estão muito revoltados. Muita gente quer greve, porque é uma distribuição desenfreada da verba do MPSP para os membros, enquanto há o sucateamento de serviços e salários dos Servidores”, afirmou em entrevista ao Portal G1.
Ainda de acordo com o Sindicato, fica clara a desigualdade dentro da instituição. “Nossos salários estão defasados há uma década e, pelos cálculos do nosso Grupo de Trabalho de Dados e Orçamento, a perda já atinge 30%. O não pagamento do reajuste se justifica pela falta de orçamento”, afirmou a entidade em Nota.