União do movimento sindical e um estado justo
Inês Ferreira
A classe trabalhadora precisar se unir para construir um novo cenário político no país, onde o estado cumpra seu papel de defesa e proteção dos cidadãos.
Essa foi a conclusão apresentada pelos palestrantes do debate sobre “Estado Mínimo ou Máximo”, promovido por entidades sindicais, no último dia 19 de setembro.
O evento foi realizado no Leques Brasil Hotel e contou com a participação de líderes sindicais de diversas federações e os candidatos a cargos públicos: Antônio |Neto (PDT), Augusta Raeffray (PDT) Chicão (PT) e Doro Piffer (Pátria Livre).
Os trabalhos foram abertos pelo diretor de Assuntos dos Servidores Estaduais da Fessp-Esp (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo) Mauro de Campos.
Após a composição da mesa usaram a palavra os presidentes das federações Fess-Esp, da Fesmesp (Federação dos Sindicatos dos Servidores Público do Estado de São Paulo), Fupesp (Federação dos Funcionários Públicos Municipais do Estado de São Paulo), Lineu Neves Mazano, Cristina Helena Silva Gomes, Damásio Sena, respectivamente.
Os presidentes foram unanimes em afirmar que neste momento o movimento sindical precisa se unir.
Segundo eles, a aprovação da EC (Emenda Constitucional) nº 95, a Reforma Trabalhista e a não aprovação da Negociação Coletiva do Setor Público prejudicou a classe trabalhadora.
Para eles, estes temas continuam na pauta de prioridade para o Brasil porque é de interesse social e por isso estão acima de todas as coisas.
Também estavam presentes dos diretores da Fessp-Esp Paulo Carvalho Catelan, Isaias Celestino e Joalve Vasconcelos.
O candidato a senador pelo Estado de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT) foi um dos convidados para o debate. Porém, ele não participou do evento.
No lugar de Suplicy falou Chicão, que é o candidato a suplente ao senado pelo PT.
Contra o estado mínimo
Chicão se posicionou contra o “Estado mínimo”, que segundo ele foi criado na década de 90 pela então ministra britânica Margareth Tacher e o então presidente americano Ronald Reagan. Ambos se inspiram em reformas econômicas adotadas pelo ditador chileno Augusto Pinochet, no qual modelo de Estado Mínimo se caracteriza pela redução da intervenção do Estado na economia e pela abertura econômica do livre-mercado.
“Dentro dessa visão o estado tem que deixar de existir. Não podemos aceitar isso. Chegou a hora de pegar nossas bandeiras e mostrar quem somos…Sindicato não se faz com estrutura, se faz com gente”, afirmou Chicão.
Ele também criticou a EC 95 e afirmou que nos 20 anos em que a emenda estiver em vigor, ela está garantindo que os banqueiros recebam muito mais dinheiro do que já recebem. Isto porque, segundo ele, cerca de 40% do dinheiro que se pretende economizar com a aplicação da EC 95 será destinado ao sistema financeira. Chicão defendeu a auditoria da dívida pública.
“O país está desequilibrado, a EC 95 perpetua a desigualdade e ataca a população trabalhadora”, disse ele.
Fim da Reforma Trabalhista
Muito bem recebido pelos presentes, Antônio Neto (PDT) candidato a senador por São Paulo, disse que a regulamentação da EC 95 já é o Estado Mínimo.
Ele também disse que a Reforma Trabalhista tem que ser cancelada.
“ Todas as reformas do Michel Temer têm que ser rasgadas. Todas prejudicam os trabalhadores”, afirmou Neto.
Segundo ele, nos últimos meses os trabalhadores levaram um passa-moleque com a aprovação das diversas medidas do governo federal.
“Que estado queremos? Os sindicatos têm que apresentar suas propostas. Precisamos fazer uma auditoria da dívida pública”, alertou.
Neto também lembrou que tem mais de 40 anos de luta pela classe trabalhadora e que se eleito vai lutar pelos trabalhadores no Senado.
Ele também defendeu a auditória d dívida Pública, nos moldes que propõe Maria Lúcia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida.
Reforma Tributária
O candidato a deputado federal Daro Piffer (Partido Pátria Livre) disse que é preciso prestar atenção aos candidatos à Câmara dos Deputados. Ele falou que sua proposta é básica – Reforma Tributária.
“Está na hora de quem ganha mais pagar mais. Quando se tira o imposto do cidadão, esse dinheiro vai para consumo, gera demanda, gera emprego”, afirmou.
Depois de um debate entre as lideranças sindicais e os palestrantes o presidente da Fessp-Esp, Lineu Manzano, afirmou que é preciso analisar cada proposta apresentada pelos candidatos para saber qual deles tem compromisso com a sociedade.
Ministério das Mulheres
No final do evento, Kátia Rodrigues, Diretora de Assuntos da Mulher e Juventude da NCST-SP (Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Estado de São Paulo), CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil) l e FESSP-ESP (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo), entregou um documento que foi elaborado no Seminário “Mais Mulheres na Política”. Ela estava junto com Maria Auxiliadora da Força Sindical.
Katia aproveitou a oportunidade para cobrar dos candidatos o compromisso de criarem o Ministério das Mulher e também a secretária de Assuntos da Mulher no Estado de São Paulo.