Encontro reúne governador Márcio França, Aldo Rebelo e políticos de renome de São Paulo
Inês Ferreira
“Este debate é fundamental, principalmente por entidades de servidores públicos, porque temos a responsabilidade de debater o estado máximo ou estado mínimo – e também o que representa isso para a sociedade. O que isso representa para o serviço público de qualidade, para que atenda os anseios da sociedade que o mantem através da contribuição – principalmente num país em que os que menos ganham são os que mais contribuem para manutenção do estado”.
Com essa afirmação o presidente da Fessp-Esp (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo), Lineu Neves Manzano deu início aos debates do 2º Encontro do Movimento Sindical sobre o Estado Máximo ou Mínimo.
A Fessp-Esp foi uma das entidades idealizadoras do evento, que ocorreu no último dia 25 de setembro, no CPP (Centro do Professora Paulista).
Além do presidente da entidade estavam presentes os diretores da Fessp-Esp Kátia Rodrigues, Mauro de Campos, Paulo Carvalho Catelan e Joalve Vasconcelos dos Santos.
O evento que teve início ás 9 horas e encerrou as 16h30, contou com a presença de diversos políticos e candidatos. Entre eles, os deputados estaduais Davi Zaia, Barro Munhoz, a candidata ao Senado Maurem Maggi, o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo Aldo Rebelo e o governador Márcio França.
Após a abertura dos trabalhos, o secretário Aldo Rebelo iniciou a palestra, na qual defendeu um “estado equilibrado” e disse que debater o papel do estado, o que ele representa para sociedade e o serviço público de qualidade para atender os anseios da população é de suma importância, principalmente num país em que os que menos ganham são os que mais contribuem.
“Qual é a nossa responsabilidade e o que esperamos de cada um. Precisamos eleger aqueles que têm compromisso com os interesses sociais deste país e não apenas interesse no capital, principalmente no capital especulativo financeiro”, afirmou.
O secretário disse que o debate desse tema é atual e importante porque diz respeito ao destino das pessoas e do próprio Brasil.
“O papel do Estado é um papel decisivo para todos as Nações que se projetaram no mundo com alguma importância e algum poder. No Brasil, o estado construiu a Nação, o setor privado e o estado tem identidade muito forte no país”, afirmou.
EC 95
Durante a palestra Aldo Rebelo criticou a Emenda Constitucional 95, que segundo ele, “congelou tudo, mas deixou de fora o pagamento dos juros bancários que representa o grosso do endividamento. O valor dos juros é maior do que o que é investido em saúde, educação e defesa”.
Para Rebelo, esse congelamento tem o objetivo apenas de proteger o pagamento de juros.
“Toda essa ideologia do estado mínimo esconde o estado máximo para pagar juros para bancos. Estado mínimo para proteger população, mas máximo para garantir o sistema financeiro e bancário”, afirmou.
País esquizofrênico
Conforme ele, no Brasil, o estado foi reduzido e o que fiscaliza foi atrofiado, tornando-se um estado esquizofrênico.
Aldo Rebelo defendeu que o país precisa voltar a crescer e lembrou que em vários setores, como na alimentação, o Brasil se tornou autossuficiente. Além disso é o país que mais cresceu no Século 20.
Rebelo usou o desenvolvimento agrícola do país como exemplo, atribuindo esse desenvolvimento a Embrapa (Empresa Brasileiro da Pesquisas Agropecuária) e ao esforço de pesquisadores e empreendedores. Segundo ele, isso deveria ocorrer em outros setores.
Ele também disse que defende um estado equilibrado onde a democracia seja verdadeira.
“São Paulo tem escolas com mensalidades de 20 mil reais. Esse mesmo Brasil temos escolas que não têm água e nem luz. Que tipo de democracia é essa? Essa democracia que estão prometendo é uma farsa. Quando o Estado não dá um serviço, não é o mundo privado que vai dar O mundo privado oferece alguma coisa para quem tem 25 mil reais para pagar uma escola. O outro vive uma democracia de fachada, carnavalesca que acontece de quatro em quatro anos e dura três dias: o dia da eleição, da apuração do resultado e depois acaba, porque a desigualdade continua”, disse ele.
Por esse motivo ele reforçou que defende o equilíbrio dentro do sistema, “para que os mais fortes não esmaguem com seu poder os mais fracos”.
“Hoje somos uma grande potência. O pré-sal está produzindo como nunca, porém o estado que funciona está sob o escrutínio nestas eleições”.
Ele concluiu que o problema do Brasil não se reduz a um modelo de gestão ou de economia, mas de agenda, ou seja, de estabelecer prioridades para o desenvolvimento do país.
Candidatos
Após a palestra de Aldo Rebelo foi aberto espaço para que candidatos que estavam presentes no evento fizessem suas colocações e apresentassem suas propostas. Entre os candidatos estava o do sistema penitenciário paulista Leandro Leandro.
Por volta das 14h30 o governador Márcio França chegou ao local. Acompanhado da atleta Maurrem Maggi, o governador iniciou sua fala lembrando que assim como seu pai ele era funcionários público e defendeu o funcionalismo.
“Se a gente for avacalhar com o serviço público, a gente estará avacalhando com o estado”, afirmou.
O governador deu vários exemplos sobre a importância do Estado, principalmente nas áreas da saúde e educação e se comprometeu, se eleito, continuar trabalhando para que São Paulo seja um estado mais justo e equilibrado.
Realização do evento
O encontro foi transmitido ao vivo pelo facebook . A transmissão foi compartilhada por diversas entidades.
O evento contou com o apoio da FESPESP (Federação das Entidades de Servidores Públicos do Estado de São Paulo), FETMESP (Federação dos Servidores Trabalhadores e Funcionários Públicos Municipais do Estado de São Paulo) e contou com o apoio do SINDCOP (Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista), SINAFRESP (Sindicato dos Agentes fiscais do Estado de São Paulo), SISDERESP (Sindicato dos Servidores e Empregados Publicos da Secr.transportes do Estado de São Paulo) e do CPP (Centro do Professorado Paulista).
O cerimonial foi feito pelo Diretor de Assuntos dos Servidores Estaduais da Fessp-Esp, Mauro de Campos.