Lançamento da Frente Paulista desmascara governo e aprova calendário de luta contra Reforma da Previdência
Inês Ferreira
O governo mente quando fala sobre a Reforma da Previdência. Essa foi a principal constatação de representantes de centrais sindicais e de sindicatos e associações de servidores públicos que participaram do lançamento plenária da Frente Paulista em Defesa da Previdência Social. O evento foi realizado na Câmara Municipal de São Paulo, ontem (11).
O presidente da Fessp-Esp (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo) Lineu Neves Mazano compôs a mesa do evento ao lado de outros sindicalistas. Também estavam presentes Kátia Rodrigues, Mauro de Campos e Joalve Vasconcelos dos Santos, respectivamente Diretora de Assuntos da Mulher, Secretário-Geral e Tesoureiro-geral da Fessp-Esp.
Após a apresentação da mesa a palavra foi aberta aos participantes da frente. Todos criticaram duramente a PEC – 6 (Projeto de Emenda à Constituição que prevê a Reforma da Previdência).
O presidente da Associação dos funcionários Públicos do Estado de São Paulo, Álvaro Grandim disse que a frente é uma grande oportunidade para entidades informarem a verdade sobre a Reforma da Previdência.
A palavra “mentira” foi a mais utilizada para nominar os discursos do governo sobre a Reforma da Previdência durante o pronunciamento da maioria dos sindicalistas.
Momento extraordinário
Muitos sindicalistas cobraram união, coesão e mobilização. Uma das alternativas para tentar barrar o projeto foi a apresentação de emendas.
Para o presidente da Fessp-Esp a realização da frente foi um “momento extraordinário” que reuniu entidades sindicais, associativas e centrais num momento que exige habilidade e compreensão da real situação que está sendo colocada para os brasileiros.
“ A partir do momento que outras frentes estão sendo lançada em todos os estados e houver a integração nacional juntos poderemos fazer o enfrentamento”, disse ele.
A diretora de Assuntos da Mulher Kátia Rodrigues ressaltou a importância da comunicação e o uso da rede virtual para mobilização de trabalhadores. Segundo ela, foi usando essas ferramentas que mais de 80 mil mulheres se reuniram em manifestação no último dia 8 de março.
O presidente da Nova Central Sindical Luiz Gonzaga (Luizinho), disse que a central está engajada na luta em defesa da Previdência Social para que esta continue dando o que precisa, principalmente para brasileiros carentes.
Segundo ele, o governo sabe muito bem o que está fazendo e o faz com absoluta retaguarda do imperialismo.
“Estas são as novas formas de exploração do imperialismo e capitalismo, que vieram para subtrair todos os direitos…estamos vivendo um ataque brutal da classe dominante contra os dominados”, afirmou.
Carmem Brossam, da auditoria Cidadã da Dívida lembrou que o país deve mais de R$ 1 trilhão e que estão tirando dinheiro dos trabalhadores para pagar os bancos.
“Não é mais possível titubear. É preciso pedir uma auditoria do sistema da dívida. Enquanto não fizer isso e destruir esse sistema não vamos conseguir nada”, disse ela
No final do evento foi redigido um documento intitulado Manifesto Contra a PEC 06/09 e colocado alguns pontos em votação. Todos foram aprovados.
Veja o que foi votado
– Participação na manifestação das centrais no dia 22 de março, a partir das 16 horas, em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo).
– Participação no ato das Mulheres no dia 29 de março, a partir das 14 horas, em frente ao INSS em São Paulo.
– Próxima reunião da frente dia 25 de março na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) ou audiência pública.
– Participação da reunião da Frente Parlamentar, dia 20 de março em Brasília.
– Apoio a mobilização dos se
rvidores municipais de São Paulo na luta contra a Reforma Municipal da Previdência e a não retirada de benefícios por causa da greve.