A privatização da energia

A privatização da energia elétrica em São Paulo defendida por setores conservadores como uma possível solução para os problemas desse setor, tem se mostrado um completo fracasso para a população paulista.
Desde 1999, a geração e distribuição de energia é de responsabilidade da iniciativa privada. Com a Enel à frente da energia na Capital Paulista, os lucros da empresa dispararam, enquanto não existem melhorias perante à qualidade de serviço, culminando em constantes apagões e prejuízos para os consumidores.
Em 2022, a Enel lucrou € 1,68 bilhões. Mas, os valores de 2023 foram fenomenais, se é que podemos colocar desta forma. No último ano, mesmo com queda nos preços médios no mercado de energia, a companhia italiana lucrou € 3,44 bilhões, o equivalente a R$ 21,1 bilhões.
O grande problema é que com todo esse dinheiro, que talvez nunca na vida poderemos ter uma ideia quantitativa, os paulistanos têm sofrido com o péssimo serviço prestado.
A situação realmente se agravou em 2024, com possíveis novos recordes de lucro da Enel e novos apagões que afetaram grande parte da cidade. A Aneel, Agência responsável pelo setor elétrico no Brasil, já tentou encerrar o contrato com a empresa, mas ainda assim foi uma tentativa falha e estamos arcando com as consequências.
Segundo matéria divulgada pelo portal Brasil de Fato, o setor de energia elétrica lidera o ranking de reestatização no mundo todo. Um estudo da Transnational Institute (TNI) compila a reversão de privatizações em todos os países. De acordo com essa listagem, mais de 1.700 casos de reestatização ocorreram, com 22,8% no setor de energia.
Inclusive, vale ressaltar que a Enel é uma empresa estatal italiana. Ou seja, em seu país de origem, a prestação de serviços é exemplar. Nos outros países em que opera, como o Brasil, sua intenção é lucrar e beneficiar seus acionistas.
A defesa da nossa Federação é que setores essenciais como água e luz não sejam cedidos à iniciativa privada. Primeiro porque o governo sendo responsável pela geração, distribuição e manutenção da rede elétrica, por exemplo, as coisas seriam mais rápidas e práticas. Segundo porque a mão de obra seria mais qualificada. E terceiro porque, apesar de ser um negócio lucrativo, não seria apenas esse o olhar.
A priorização do lucro ao invés da qualidade de serviço é visível. A população de São Paulo clama por mudanças. A reestatização do setor é algo que merece ser seriamente considerado, como demonstra o estudo da TNI.
O bem-estar social só é possível com a prestação de serviços públicos, gratuitos e universais para todos. Essa é nossa bandeira!