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Morte de enfermeiros pela covid-19 cresce 600% em menos de dois meses. Casos chegam a 17,5 mil

Em todo o país, 173 profissionais de enfermagem morreram desde o início da pandemia. Maioria dos mortos e afastados é de mulheres

Prefeitura de Jundiaí

Profissionais de enfermagem são os mais expostos ao risco de contrair covid-19, mas seguem sem EPI e treinamento adequados

São Paulo – A falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e de treinamento adequado para atendimento de pacientes de covid-19 já custaram a vida de 173 profissionais de enfermagem no país, nestes 100 dias desde o primeiro caso relatado da doença, em 25 de fevereiro. Do total, 63% das mortes são de mulheres. O número representa um crescimento de 596,6% dos óbitos de enfermeiras em casos suspeitos ou confirmados de coronavírus desde 6 de abril, quando o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou o primeiro balanço nacional. Os dados estão reunidos no Observatório da Enfermagem.

Em todo o país, já foram reportados 17.522 casos suspeitos ou confirmados de profissionais de enfermagem contaminados pela covid-19. Em 16 de abril, eram 3.661, aumento de 478,6% em 50 dias. Destes casos, 85% eram de mulheres.

 

Os estados com o maior número de ocorrências são: São Paulo, com 3.677, Rio de Janeiro, com 3.643; e Bahia, 1.790. No número de mortes, a liderança também é de São Paulo, com 39 óbitos, seguido pelo Rio, com 36, e por Pernambuco, 26.

Denúncias

O Cofen já recebeu cerca de 7 mil denúncias por falta ou insuficiência de EPIs e déficit de profissionais de enfermagem para atendimento aos casos de covid-19. O órgão realizou ações de fiscalização das condições de atendimento aos pacientes com diagnóstico suspeito ou confirmado de coronavírus em cerca de 11 mil instituições – foi constatado déficit de 19.305 profissionais, sendo 6.815 em enfermagem e 12.490 técnicos ou auxiliares de enfermagem.

Os conselhos regionais encaminharam 4.533 denúncias a diversos órgãos, como Ministério Público, Vigilância Sanitária, secretarias estaduais e municipais de saúde, entre outros. “Esses encaminhamentos, requerendo adoção de providências junto às instituições, para que instituam planos de contingência ao enfrentamento da covid-19, com quantitativo adequado de pessoal e treinamentos específicos para os profissionais de enfermagem, bem como provimento de EPIs em quantidade e qualidade suficientes à demanda, visam garantir estrutura e segurança para os atendimentos”, diz o chefe do Departamento de Gestão do Exercício Profissional do Cofen, Walkírio Almeida.

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