Diretora da Fessp-Esp critica inteligência artificial no Ensino de São Paulo
A diretora de Assuntos da Educação da Federação e presidente do Sindicato dos Supervisores de Ensino do Magistério Oficial no Estado de São Paulo (Apase), Rosaura Almeida, criticou a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que quer substituir professores pela inteligência artificial na produção de aulas digitais.
Segundo Rosaura, que publicou vídeo nas redes sociais, essa medida é uma afronta ao ensino. “A Educação é uma atividade humana. O investimento nessa plataforma deveria ser utilizado para remunerar, valorizar e reconhecer o trabalho dos Servidores”, critica.
“O governador divulgou para a imprensa que o Estado pretende adquirir o Chat GPT, ao mesmo tempo que tenta aprovar na Assembleia Legislativa a redução do percentual mínimo constitucional na Educação, de 30% para 25%. Que incoerência, não?!”, questiona a diretora da Fessp-Esp.
Entenda – No dia 17, o governador afirmou que a gestão pretende substituir os professores curriculistas, especialistas na elaboração de material didático, pela ferramenta Chat GPT na produção de aulas digitais.
Além dos profissionais do Ensino em todo o Estado, estudantes se manifestaram contrários a essa decisão. Em um evento no município de Franca, interior de São Paulo, alunos da Rede Estadual empunharam cartazes que diziam “troco o governador pelo Chat GPT”.
O Ministério Público de São Paulo pediu explicações a Tarcísio de Freitas sobre o uso dessa ferramenta na elaboração de aulas. Agora, a Secretaria de Educação deverá informar como a inteligência artificial será utilizada, qual a funcionalidade e qual a finalidade pedagógica, além de apresentar estudos que expliquem tal decisão.
Secretário – O Sindicato dos Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo) vem criticando a atuação do secretário de Educação, Renato Feder. Para a entidade, a Pasta precisa de um Educador, não de um empresário.
De acordo com Chico Poli, presidente da Udemo, a decisão de usar o Chat GPT foi do secretário de Educação, que alega essa é uma estratégia para agilizar a produção do material didático usado pelos 3,5 milhões de alunos da Rede Estadual.
“Ele defende que o material produzido sob sua orientação é mais adequado para orientar as aulas, já que prioriza os conteúdos que são cobrados em avaliações nacionais. Feder aceitou o os livros didáticos apenas em tese. Porque manteve a produção e o envio de slides para ser usados nas aulas e a Prova Paulista é feita com base exclusivamente nesses slides”, afirma Chico.
“Na verdade, Feder está usando a Secretaria da Educação para ampliar o banco de dados das suas empresas e das coligadas. Do ponto de vista empresarial, um grande negócio. Do ponto de vista educacional, um desastre”, completa.
“É por essas e outras que a Udemo vem lutando por um Educador na Educação. Não um empresário”, conclui o Professor Chico Poli.