Boletim do Dieese detalha desigualdade racial nos rendimentos
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou nesta terça (19) o Boletim Especial do Dia da Consciência Negra. No documento, a entidade aponta que, apesar de diversos avanços, a desigualdade racial nos rendimentos dos trabalhadores persiste.
O Boletim detalha que o rendimento médio dos negros é 40% inferior ao dos não negros. Mesmo em ocupações de nível superior, os negros ganham até 32% menos.
Outros dados refletem a realidade no mercado de trabalho brasileiro, como por exemplo os cargos de liderança. Apenas um em cada 48 homens negros ocupados exerce um cargo líder. Ou nas 10 profissões mais bem pagas do País, em que os negros representam apenas 27% dos ocupados. Já nos 10 empregos com menores rendimentos, 70% são ocupados por negros.
Os números pioram ainda mais quando se trata da mulher negra no mercado. Uma em cada seis mulheres negras atua como empregada doméstica. Além disso, 46% delas atuam na informalidade, ou seja, sem direitos.
Serviço Público
Graças às Leis de Cotas, Servidores Públicos negros ocupam com mais igualdade os cargos em comparação com os não negros. De acordo com o Boletim do Dieese, dentre militares e Servidores estatutários, dos 7.842 entrevistados, 1.782 eram homens negros, 1.722 homens não negros, 2.084 mulheres negras e 2.253 mulheres não negras.
Apesar dos números parecerem bons, apenas nesta condição acima há maior igualdade. Isto se dá porque quando se fala em salários, os vencimentos dos negros é menor.
Para homens negros, a média salarial no segundo trimestre de 2024 foi de R$ 5.714, enquanto os homens não negros somavam média de R$ 8.003. Já para mulheres negras, a média salarial era de R$ 4.202, enquanto mulheres não negras recebiam em média R$ 5.804 por mês.
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Clique aqui e acesse o estudo completo elaborado pelo Dieese em celebração ao Dia da Consciência Negra.